segunda-feira, 19 de agosto de 2013

São Paulo e sua feiúra



O excesso de prédios, bem como o esqueleto urbano, nos atrapalha a enxergar o que está distante, impede nossa visão de chegar ao horizonte e mesmo de visualizarmos o inimaginável.

A visão do panorama é a ciência dos sonhadores: olhamos para a vastidão e nela imaginamos castelos, histórias, sistemas filosóficos, questionamos os porquês da vida e dos outros, e tudo isso num átimo. Basta lembrarmos das vastidões de Caspar David Friedrich...

Como isso é possível numa cidade em que os prédios impedem a contemplação da distância? Como é possível tamanha violência vertical, que nos nega o horizonte?

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Descrição da mulher de maio

a boca como que talhada em perfeição geométrica
os olhos claros miúdos redondos fotográficos
a pele doce, macia, avermelhada em pontos rubros de vergonha
branca em pontos comuns
a face toda bela, toda perfeita
marmórea resplandecente

as mãos pequenas, trêmulas e belas ao vento
tão lindas, perfeitas e esmaltadas

o passo firme em toda sua justa estatura
que segue caminhos longos e transversos
diversos, que em fortuna cruzam-se com os meus