segunda-feira, 23 de maio de 2011

manhã - 22/01/2011


Por que o fantástico, a escolha pela fantasia? A pergunta, simples, não tem como par uma resposta satisfatória.

Talvez eu ame o fantástico por não acreditar ou não me satisfazer com o que o real me traz, seja ele o cotidiano, seja a literatura. Posso assegurar que a literatura sobre o tédio burguês, que tanto ensinam nas faculdades, é pra mim tão enfadonha quanto um pão seco e um copo de café com leite, ou seja, tem lá sua utilidade, mas não me interessa de modo nenhum. Em contrapartida, a literatura do estranho exerce um fascínio sobre mim, proporcionando curiosos estados de alma, uma euforia misturada com estupefação. É algo difícil de explicar.

Percebi minha necessidade por ângulos diferentes e curiosidade pelo novo, embora esse novo geralmente não se coadune com as novidades práticas ou úteis de modo imediato, ao passo que teorias e visões particulares de mundo encantem-me - exceto as filosofias metafísicas que pressupõem estruturas rígidas e engessantes. Não as chamaria de falsas, pois julgo que "realidade" é um conceito aberto que depende muito do observador.

Novamente, por que o fantástico? Uma escolha, uma inclinação? Sei lá a resposta.



Imagens:
Emma Bovary, Charles Léandre.
Gilgamesh, Yoshitaka Amano.

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